Conhecido pela profundidade intelectual de seus textos, nos quais sempre aborda temas cruciais da cultura contemporânea à luz da filosofia e da psicanálise, Jurandir Freire da Costa debate neste trabalho a questão da ética pelo viés da criação literária. Para isso, explora os conflitos morais dos personagens de dois ficcionistas contemporâneos, Graham Greene e Phillip K. Dick, conhecidos como autores de obras de entretenimento (histórias de aventuras, espionagem e melodramas, num caso, e ficção científica, como o conto que deu origem a Blade Runner, no outro), mas que demonstram preocupações acerca do discernimento moral em nossa sociedade. A partir dessa trajetória, o autor faz exatamente aquilo que se espera de um pensador de seu porte: um passeio pelas vicissitudes da criação literária, da indagação mística, dos grandes embates do pensamento contemporâneo, da investigação psicanalítica e como pano de fundo do desafio ético da nossa cultura.