A contribuição da pesquisa etnográfica tem sido indispensável para subsidiar as intervenções em saúde. Seu olhar revelador vem desnudando a face humana que se ocultava nas estatísticas epidemiológicas e contribuindo para o que realmente importa: o elo da empatia, o cuidado com compaixão e o protagonismo ético - enfim, a arte de curar. Esta coletânea traz uma rica e inédita experiência da Antropologia da Saúde ao expor uma série de excelentes estudos com vistas a entender questões subjetivas e macrossociais da doença e problemas de saúde. As organizadoras apresentam, estrategicamente, ensaios etnográficos sobre uma grande diversidade de contextos culturais: espaços institucionalizados, serviços de atenção básica à saúde, Centro de Atenção Psicossocial, Centro de Saúde Humanitário francês, grupos de ginástica, hospital psiquiátrico e até uma balcão de drogaria. Traz para os leitores brasileiros, também, temáticas bastante diversas: percepções de mulheres empobrecidas, dilemas na reforma psiquiátrica, problemáticas no uso de crack, promoção de terapias alternativas, controvérsia dos emagrecedores, cuidados humanitários, humanização do parto, ética na pesquisa, entre outras.