"Neste livro Patricia Reinheimer analisa mudanças ocorridas no campo artístico brasileiro no período particularmente emblemático da passagem da significação da arte vinculada a um principio de nacionalidade (que prevaleceu na primeira metade do século XX) para uma percepção mais individualizada que, sem deixar em segundo plano a dimensão social, distinguiu o artista a partir das noções de singularidade, autenticidade, criatividade etc. O período histórico destacado no texto vai de 1945 a 1960 quando, nos termos da autora, o estatuto do artista e de sua criação sofreu transformações axiológicas, e o fenômeno artístico mudanças epistemológicas, e a principal referencia do debate critico era a internacionalização da arte. Para pensar sobre est e processo de transformação de valores e crenças envolvendo artistas, críticos e instituições internacionais trajetórias do pintor Candido Portinari, figura central da discussão sobre a produção artística e o modernismo, e do critico Mário Pedrosa, que transitou da política à arte assumindo um lugar importante nas disputas acerca da legitimidade de estilos (envolvendo o debate sobre figuração e abstração) e do papel social e político do artista e a recepção da sua obra pela sociedade. Tais assuntos conduziram a pesquisa até duas instituições que influenciaram as representações sobre arte no Brasil, a Unesco e a Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA), dedicadas ao desiderato da internacionalização, afastando o campo artístico da perspectiva nacionalista.