Este livro é resultado do debate, crescente em todo o mundo, sobre os manuais que definem os limites entre o “normal” e “patológico” no campo da psiquiatria. Trata-se, aqui, de ponderar, a partir de argumentos epistemológicos, socioculturais e epidemiológicos, os diversos processos em jogo na formulação de categorias e classificações que nomeiam mal-estares, formas de sofrimento, experiências de desconforto e de inadaptação em sociedades ocidentais liberais e urbanas como aquelas em que vivemos.Os textos aqui reunidos , além de abordarem lucidamente esses processos, também se inserem nos debates sobre a utilidade das classificações em psiquiatria para a nomeação de experiências de sofrimento, sobre a atribuição de sentido e de legitimidade às mesmas, e sobre o manejo de direitos no campo da saúde mental.