Neoextrativismo e autoritarismo

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Descrição do produto

O livro traz à discussão as realidades empiricamente observadas dos “modelos” e “estratégias” acionados pelos aparatos de poder na implementação de grandes projetos dos agronegócios, dos corredores logísticos e da mineração. São aqui analisados os diferentes conflitos sociais e territoriais resultantes da ofensiva dos interesses fundiários, minerários e financeiros que gravitam em torno às dimensões autoritárias das práticas de grandes corporações. Tais interesses baseiam-se na visão triunfalista de que a terra seria um bem ilimitado e permanentemente disponível. Tal imagem está presente nas falas ufanistas do agronegócio, enfatizando que “as terras aráveis do Brasil podem alimentar o planeta” ou que “as terras férteis do Brasil devem ser ocupadas em toda a sua extensão”. Tais afirmações são acompanhadas de esforços em desconsiderar os impactos socioambientais provocados pelos grandes empreendimentos agropecuários, energéticos e minerais. A narrativa mítica de terras ilimitadas e minerais inexplorados, apresentados como recursos abertos e/ou “espaços vazios”, esbarra nos antagonismos sociais e territoriais que lhe são subjacentes. Fatores étnicos, laços de parentesco e práticas costumeiras de uso da terra, de livre acesso aos campos naturais e inúmeras outras situações de uso comum dos recursos naturais, formalmente abrigadas sob a designação de terras tradicionalmente ocupadas, são vistas, pelas grandes corporações, como obstáculos às transações de compra e venda de terras e à exploração mineral. A repetida invocação de "modernidade" e "progresso" pretende justificar que os agentes sociais atingidos pelos projetos do capitalismo extrativo sejam menosprezados ou tratados etnocentricamente como "primitivos" e sob o rótulo de "atraso", não importando se sejam povos indígenas, quilombolas ou “povos do cerrado” brasileiro.

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